Artigo na Revista Gamebook do Spatótipo Alagoas 2017


A Revista Gamebook do Spatótipo foi desenvolvida com a finalidade de divulgar ações e projetos de desenvolvedores de jogos de tabuleiro na região Nordeste do Brasil.


Ela também auxilia na divulgação do Encontro de Hobbistas e Jogadores de Board Games nordestinos durante a realização do evento SPA dos Jogos.

Esta edição foi produzida da a versão Alagoas 2017 e idealizada pelo Design paraibano de Jogos Júlio Cezar.

Acesse:
(PT) https://issuu.com/spatotipo/docs/gamebook_spat__tipo 
(ES) https://issuu.com/spatotipo/docs/gamebook_spat__tipo_latino



Fiz um artigo, na sessão de encerramento da revista, intitulada "Closed Box", onde discuto sob o título "Pra quem é o jogo?" breves elementos sobre o Desenvolvimento de Jogos. O material faz parte de uma pesquisa que estou desenvolvendo desde 2015 sobre Jogos de Tabuleiros Modernos, no qual já ofereci alguns mini-cursos (veja aqui).

O breve texto pode ser acessado clicando na imagem tanto em Português, quanto em sua versão em Espanhol.


No material ainda há uma nota sobre minha participação no concurso "Desafio da Caixinha" no qual idealizamos um jogo completo que coubesse numa caixa de fósforo. Meu jogo foi o Náufragos.



Versão Textual:

(Closet Box) PARA QUEM É O JOGO?

Prof. Dr. Amaro X. Braga Jr
Doutor e Mestre em Sociologia. Esp. Em Artes Visuais, História da Arte, História das Religiões, EAD e Gestão de Ensino. Bacharel e Licenciado em Ciências Sociais. Professor Adjunto do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Alagoas | amaro@ics.ufal.br | axbraga.blogspot.com.br

Todas as pessoas que intentam se envolver com o mundo das jogatinas com algo mais além de jogar, sabe da complexidade e imersão que exigirá do corpo e da mente. Nestas breves palavras, os convido a refletir sobre algumas questões vitais para se compreender o jogo, o jogar e as pessoas que jogam.
A primeira questão que deveria aparecer na mente de um desenvolvedor de jogos, no momento em que se prepara para criar um jogo, deveria ser: pra quem é este jogo? Não é o tema, os materiais, as mecânicas ou quem vai ilustrar... mas saber, claramente, a quem se dirige seu material. Obviamente, para saber disso, o desenvolvedor precisa entender qual a natureza do jogo. E, por conseguinte, o que faz as pessoas jogarem. Um jogo não é apenas um objeto de entretenimento, um objeto colecionável ou uma forma de ganhar dinheiro e impressionar os colegas (bem... uma certa medida disso faz parte), mas não encerra o que é o jogo e o impacto que pode provocar nos jogadores.
Para entender para quem é o jogo, é necessário saber quem são os jogadores que jogarão o jogo e, para tanto, intuir um dos elementos mais importantes: o que faz as pessoas jogarem um jogo? E, o pior: o que as fazem se (des)agradar dele?
O jogo é um bom jogo se atender às expectativas do jogador. Há um só tipo de jogador? Há um jogador ideal? Vocês sabem que não. Então como saber? Vemos uma moda contaminar desenvolvedores com base em segmentos específicos que visam mapear e estruturar jogos com esquemas que não especificam pra quem é o jogo. Realmente para ser um bom jogo tem que ter uma duração curta? Regras simples? Miniaturas? Materiais em madeira ou espaço no insert para as cartas com sleeves? Muitos desenvolvedores estão tão preocupados em serem aceitos pela comunidade de gamers, que terminam direcionando seus jogos para um perfil generalista baseado em comentários padronizados que circulam entre os intelectuais cibernéticos e os críticos de facebook ou adotando uma ou outra opinião com base nas apreciações dos reviews de youtubers. E esquecem de responder ao principal: pra quem é seu jogo?  
Se um jogo é chamado de Family Game ele terá a mesma duração, formato e materiais de um War Game? Vocês sabem que a resposta é não. E sabem dizer o porquê? Bem, provavelmente, porque são pessoas diferentes que o jogam. Idades, necessidades e gostos diferentes. Logo, o jogo precisa se adequar ao público que o jogará e não aos padrões universais e absolutos de um boardgame moderno, como às vezes se propaga entre as comunidades de gamers.
E, por fim, como saber unificar o que você – enquanto desenvolvedor ou design de jogo – quer fazer e o tipo de público ao qual o jogo se refere? Eu preciso apresentar para você um personagem muito importante nesta equação: o Homo Ludens. Quem é ele? Como pensa? Qual o impacto dele no design dos jogos? São respostas que precisariam de um novo encontro... pois agora a rodada terminou. Quem sabe na próxima... 



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